segunda-feira, 14 de julho de 2008

À noite, em lisboa!

Ok! Saio do Optimus Alive08! Por volta das 3h apanho o comboio de Algés para o Cais do Sodré… Dado que o meu destino é Setúbal, preciso de esperar até às 6h30 para ir de metro até Sete Rios e depois lá proceder então para Setúbal.

Como já devem estar a calcular, ainda são umas boas 3h e picos até o metro abrir, sendo assim contar-vos-ei aqui em poucas palavras algumas cenas pitorescas nas quais fui embutido.

Saio da estação e após aliviar a bexiga de alguns centilitros de sumo e água que tinha bebido – Sim, sumo mesmo! – resolvo procurar um local não muito obscuro e com boa visibilidade, por sorte a praça de táxis estava mesmo à porta da estação, assim como uma carrinha da Polícia – Bestial! Pensei eu, posso apenas me preocupar em não adormecer visto que terei protecção em caso de algo acontecer – E assim foi, sentei-me num banco ali ao pé. Na altura não estava a passar muita gente, apenas algumas que tinham vindo no comboio e que rapidamente apanharam táxis e foram para as suas casas ou outros sítios, foram à sua vida!

No banco à minha frente estavam sentados um rapaz com uma garrafa de água na mão e uma rapariga desprovida de músculos: Os olhos semi-abertos, o pescoço, que hirto era coisa que não ficava, apenas pendia de um lado para o outro, tal como o resto do corpo que assim que tentava levantar-se, mesmo com a ajuda do rapaz, voltava à mesma posição: - Bela! BELA! – Gritava o rapaz quando ela balbuciava algo no meio de um vómito e tentava levantar-se… Estava bela estava, belíssima! Ao fim de alguns minutos ele lá conseguiu levá-la e sabe Deus onde terão ido!

Passada mais ou menos uma hora, uma eterna hora, começam a sair festivaleiros da estação, desta vez muitos, dado que era o ultimo comboio da noite que partia de Algés. Nessa altura, a carrinha com uns seis polícias que se tinha mantido sempre no mesmo sítio, a vigiar as 0,5 pessoas que passavam, assim como as formigas, vendo a enchente de pessoas a aceder à praça de táxis arrancam na carrinha e vão embora… - Sim, para aqueles que não querem acreditar, foram mesmo embora quando teoricamente a zona precisava de mais vigilância. Nunca tinha presenciado este fenómeno, apenas já ouvira mitos urbanos que falavam do facto, mas nada melhor que olhar com os próprios olhos. – Sendo assim, continuei sentado no meu banquinho, sujeito a uma garrafada e sem protecção da autoridade.

Mais alguns minutos e com as pessoas a vazarem a área, quer em táxis, quer em autocarros, aproxima-se de mim um senhor na casa dos 35 que se confundia com a noite e me diz: “Boa noite! Vim de Angola, não tenho pais, estou à procura de emprego na câmara para varredor de ruas, mas está difícil, será que me podia ajudar?” Ao que eu respondo: “Infelizmente apenas tenho dinheiro para o metro, para ir para casa.” Ele vê o saco que tinha e diz: “Vai trabalhar é?!” E eu: “Pois, é isso!”. Ele agradece na mesma e prossegue a sua demanda por esmola. Estranhamente o senhor não parecia mendigo, mas, quem é que se levanta àquela hora para vir pedir esmola?! Pelo menos fazia qualquer coisa engraçada: Tocar flauta com uma palhinha?! Guitarra com um tacho?! Assobiar músicas dos Tokio Hotel?! Mas não, vem sempre a original história de desgraça e miséria.

Mais algum tempo ao frio e vendo todos a irem para os seus destinos menos eu, sou abordado por duas raparigas que queriam saber da noite lisboeta e com as quais conversei alguns minutos bastante agradáveis, mas como os restantes, e apesar de me terem convidado para ir com elas, lá foram às suas vidas.

Por volta das 5h a estação voltou a abrir, e ao aproximar-me vi que algumas pessoas também estavam à espera do metro abrir. Entrei, lá sempre estaria um pouco mais abrigado do frio. Alguns minutos depois 3 jovens: 2 rapazes e uma rapariga, os quais apenas identifiquei pela voz, sentam-se no banco atrás de mim e começam uma conversa bastante… digamos… no mínimo requintada. Conseguiram falar para cima de 20 minutos, sem exagero, com os maiores devaneios possíveis, do seguinte tema: Peidos! E as conversas foram desde: “Eu já me peidei hoje, e você?!”, “Fui passear o meu peido, e ele cagou-se para mim!”, “Moro na Freguesia do Peido!”, “Sou peideiro de profissão!”, ou “Já há peidos bisexuais!”, ao que outro responde: “O meu é gay!” e terminamos com uma grande conclusão: “Já viste quando os peidos têm sorte?! Granda caga!”… Confesso que foram uns momentos bastante… digamos… requintados!

Finalmente chega as 6h30, apanho o metro com destino a Sete Rios e na estação seguinte oiço: “Peido!”, viro-me para trás e são os mesmos três, passada mais de uma hora ainda com assunto sobre o mesmo tema! – “Só eu sei, por que não peido em casa!”, “E se a Marta quer ser cá da malta, tem que peidar esse peido até ao fim, até ao fim…”

Desliguei o cérebro e deixei-me dormitar… Nada mais se passou, felizmente no comboio até Setúbal, fui sozinho, cansado e a dormir.

4 comentários:

João Martins disse...

Muito bem, outro fanático pela pseudo-comédia :P
boa sorte na apresentação e no resto do casting!conta com o meu voto ;)

Shinobu disse...

Omg, coitado.
Que se há de fazer, somos portugueses, conversa de portugues acaba sempre em merda.
Mas pelo menos chegas-te bem ao teu destino, eu nao fui ao alive, mas quando fui ao sbsr, nao me apareceu mendigos,
mas toda a gente deve me ver com cara de fumadora vs ganzada,
porque enquanto esperava para ir para casa, pediram me umas 4 ou 5 vezes, tabaco e derivados -.-'.

Shinobu disse...

oh, muito obrigado pelo o elogio, mas como deves ter reparado ainda não cheguei aos teus pés ó escritor.
Eu se conseguísse animava me.
mas obrigado.
beijinhos sim? *

Adriana Monteiro disse...

Teus posts são mesmo cômico Tiago parabéns huhuh :)